quarta-feira, 16 de março de 2011

Goiânia, 16 de março de 2011


Prezado Sr. Daniel,


            Certa feita disseram à Madre Tereza: “Madre, os alimentos que a senhora distribui para essas pessoas, às transformam em pessoas acomodadas, a senhora deveria dar-lhes empregos e não ser conivente com a preguiça.” Certamente que abismada, porém, serena, ela retrucou: “Meu filho, as pessoas que eu alimento estão tão desnutridas, que se eu lhes der o meio de trabalho, eles mau conseguirão ficar em pé, por isso eu dou o alimento primeiro para que eles tenham forças para trabalhar.”
            Entendo o seu posicionamento Daniel, quando o senhor diz que mendigos são pessoas que não querem trabalhar e por isso vão para as ruas viver de esmolas. Contudo, permita-me discordar.
            O que leva uma pessoa às ruas são situações muito delicadas que eu já tive a oportunidade de conhecer de perto algumas, em trabalhos de assistência a moradores de rua, e posso afirmar que eles estão precisando mais de oportunidades do que de esmolas.
            Grande parte das pessoas que tive a oportunidade de conhecer, jovens e adultos, estão nas ruas por desavenças familiares, e por acharem (inocentemente) que as ruas iriam acolher-lhes de uma forma melhor do que o lar se aventuraram em um caminho incerto, que mais tarde descobriram não ser àquilo que esperavam. Quando tentam voltar novamente ao convívio social, a sociedade os taxa como indigentes, mendigos, vagabundos.
            Um grande pré-conceito ou conceito, passa então a cair sobre os moradores de ruas e mesmo que tentem sair da situação que se encontram, a sociedade não lhes permite isso de forma fácil. Jogados a mercê das tribulações das ruas, sem auxilio governamental, passam a viver uma vida deplorável, infelizmente.
            Seres humanos desavisados, inocentes quanto às malícias das ruas. E o senhor poderá dizer: “Mas eles foram para às ruas por vontade própria”. Sim, realmente foram por vontade própria, mas não esperavam cair nessa situação, por tanto eram apenas crianças conhecendo o mundo, e hoje querem desprover dos direitos humanos atribuídos à cada cidadão, mas para eles, esses direitos nem se quer existem.
            Cordialmente,
                                               Vinicius Silva Pereira


Nota: * O personagem Daniel, é fictício, mas o exemplo é real.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Agradecimentos

 
            Desde a primeira postagem não tive tempo de dar uma passada aqui e deixar algumas palavras para meus amigos leitores e peço desculpas por isso, mas o começo desse mês foi meio corrido com os estudos e mediante as necessidades primarias não pude postar mais ultimamente.
            Eu gostaria de agradecer a visita de todos que se aventuraram a perder um tempinho para ler meus textos que não são la grande coisa hehe, e deixar meu carinho especial a todos os amigos que me deram apoio e incentivo com o blog!
            Por fim gostaria de deixar aqui dito que TENTAREI manter um compromisso de pelo menos um post por semana, até porque eu adoro escrever, só tenho preguiça de digitar kkk. E também pedir encarecidamente por comentarios nos textos, pois, esses comentarios irão mostrar os meus pontos positivos que devo continuar e os negativos que devo trabalhar em retirar dos textos.
Abraços para os brothers e beijos para as donzelas ^.^

Post Mortem


            Era mais uma manhã de um dia qualquer. Acordei novamente como se estivesse sido atropelado por um trator, esse mal-estar já se fazia natural em minha vida. Do dia anterior uma vaga lembrança me vinha à tona com o alvorecer. Lavei o rosto; escovei os dentes; coloquei as mãos nos bolsos e peguei um papel, havia um número nele, 90058600, talvez fosse da Ana Carolina, ou da Lúcia, mas não fazia diferença, amassei e joguei-o fora.
            Me dirigi à geladeira, precisava de algo com glicose para sanar aquele mal-estar. Na parede o calendário marcava ano 2000 embora não fizesse diferença. De repente me veio à tona alguns amigos, uma loira que não conseguia reconhecer, talvez fosse da casa ou estivesse acompanhada com alguns dos meus amigos; mais mulheres vieram, eram quatro ao total, traziam consigo uma garrafa Jonie Walker 12 anos cada uma. Consegui me lembrar dos acontecimentos até o fim da segunda garrafa.
            Alcancei uma barra de cereais e não fiz esforço para lembrar o resto. É sempre assim, depois da segunda garrafa realidade se confunde com pesadelo e é melhor esquecer do que vem pela frente, no outro dia é só buscar uma nova ilusão para seguir.
            Não pense o leitor que minha vida sempre foi assim medíocre, houve um tempo em que o Sol parecia brilhar mais e que a comida tinha um sabor melhor, as pessoas tinham mais graça, não havia lugar para tristeza em meu ser, todo vazio era preenchido por uma sutil emoção e a vida era uma dádiva divina. Porém, não estou aqui para mistificar minha vida, apenas lhe contarei onde termina a vida de um homem e começa a de um rato.
            Existem três momentos que caracterizam a vida de um homem. O 1° é quando ele nasce; o 2° quando ele entende porque nasceu; e o 3° quando ele morre. Espero que o leitor entenda que o sentido de nascer e morrer aqui ditos não se restringe ao corpo físico, mas quero dizer que um homem nasce quando encontra um motivo para viver, e passa a viver em torno disso. No meu caso, meu 1° momento aconteceu em meados dos anos 80 e se chama Mirella.
            Quando à conheci não tinha nenhuma pretenção para a vida, estava saindo de minha adolescência e ela também, talvez por isso nos aproximamos sem entender o porque, aos poucos compartilhavamos nossos conflitos da vida, tinhamos algo em comum, ela me entendia e eu a entendia. Quase que como consequência, nos apaixonamos. Começamos o namoro.
            Passado alguns anos, aprendemos que não existem pessoas perfeitas e que o amor não é suficiente para mudar uma pessoa, e quando se entende isso, se faz mister entrar logo no 2° momento. No meu caso, ignorei a ordem e o resultado se alterou. Passamos a brigas que dilaceravam tudo àquilo que já haviamos contruido juntos, era preciso uma mudança. Não houve mudanças. Terminamos o namoro. Morri.
            A morte é algo incomum, somente quem já morreu alguma vez o sabe. Após morrermos entramos num mar de pensamentos que colidem entre si a todo momento. Procuramos o erro fulminante de nossa morte, e com o tempo até o encontramos, mas não raro olvidamos o erro, e o repetimos novamente. Alguns meses após minha morte, me encontrava aos 19 anos sem pretenções para o futuro. Foi quando me encontrei, embora tarde, no 2° momento. Tudo fazia sentido agora, eu entendia porque havia nascido. Sentia-me bem ao lado dela, ela havia me dado tantas coisas boas, ensinou-me que a vida é bela em suas mais simples projeções, e belo era poder viver ao seu lado. E eu ? O que havia dado a ela ? Nada! Apenas me agarrei a ela e fui egoísta. De todos os momentos que passamos juntos, raros foram os que eu pude sair de minha morbidez egoísta e faze-la feliz como ela me fazia.
            Entendendo isso, algo dentro de mim crescia novamente, sentia-me vivo, sentia que devia utilizar todas as forças restantes e dizer a ela que dessa vez seria diferente, que agora eu entendia o erro cometido e que daria tudo certo entre nós. Fui ao seu encontro. Palestramos por mais de duas horas e talvez algumas horas à mais teriam sido necessárias para alcançar o objetivo, talvez eu não devesse ter alterado a ordem dos momentos da vida de um homem, porém, já não importava mais saber. Fui rejeitado. Morri pela segunda vez. 
            Meu caro leitor, quando morremos duas vezes nada mais parece ter graça, o gosto da comida se perde, as pessoas aparecem como sombras ao seu olhar, cada dia é como um dia de inverno com tempestades intensas, e eu costumo dizer que após a segunda morte, não é mais um corpo de um homem que vive, mas o de um rato que adormece dia após dia sem se importar com o que possa acontecer, acordando em cada manhã de um dia qualquer.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sapere Aude!

  Recentemente li uma matéria de revista onde falava sobre um pronunciamento do papa sobre o uso da camisinha ( assunto esse tão polêmico no campo católico), a matéria é antiga ( 29 de novembro de 2010) mas o assunto é bem recente. Bento XVI proferiu essas palavras: “Pode haver casos individuais em que é justificavel, como talvez quando um prostituto usa camisinha, em que isso pode ser um primeiro passo rumo à moralização, uma primeira aceitação de responsabilidade no caminho à recuperação da compreensão de que nem tudo é permitido”. Segundo fontes da Revista Veja, essa frase está contida n livro “Luz do Mundo”.
            O que mais me incomoda nessa fala, não é o fato de que o papa está mais preocupado com a moralização do indivíduo que usa camisinha, mas como ainda hoje a igreja domina a vida de muitas pessoas.
            Percebamos que para alguns fieis que querem a aprovação do papa sobre o uso da camisinha, isto soa como: “ eu quero fazer sexo mas não quero ter filhos agora, então se o papa deixar  tá liberado o uso da camisinha.” E então esses indivíduos permanecem com uma libido “castrada” e não muito raro acabam cometendo algum estupro ( no caso dos homens) quando não conseguem mais “segurar” essa libido repreendida há muito tempo.
            O caso da camisinha é somento um exemplo de como muitos católicos dependem da aprovação do papa para muitas coisas, e isso me deixa apavorado, pois, se o papa dizer “vamos matar os infieis” eu tenho medo das proporções do problema que isso pode chegar.
            Essa fé cega em um representante direto de Deus na Terra é um enorme problema para a individualização do ser humano que permance já há longas eras no domínio de algumas pessoas, instituições, estados, etc. Enquanto o ser humano continuar a absorver ideias e transmiti-las sem nenhuma reflexão, o mundo estará a mercê do domínio ideológico de algumas pessoas.
            Eu não sou contra a religião e o devotamento, e já fazendo uma analogia, eu sou contra àquele discurso que diz: “ política e religião não se descute.” Pelo contrário, é o que mais deveria ser feito ultimamente entre as pessoas. Esse discurso é utilizado simplesmente para dominação de massa, onde você simplesmente abaixa a cabeça e aceita. Discutindo religião e política as pessoas veriam que á muito mais semelhanças entre as crenças, diminuiriam as discórdias religiosas e políticas, as pessoas não passariam a depender de aprovações religiosas para fazer o que querem, mas iriam pelo bom senso. E as pessoas chegariam à essa conclusão sozinhas, pelo simples fato de pensar e refletir sem precisar da permissão de outra pessoa para isso.

Tecnologia x Vida Saudavel

 
Tratar da tecnologia como algo indispensável para ter-se uma vida saudável é um assunto muito recente, pois, nem sempre tivemos acesso a essa tecnologia.Podemos dizer que esse assunto se tornou presente a partir dos avanços do século XX e XXI. Mas afinal, a tecnologia é mesmo indispensável para se ter uma vida saudável?
Recentemente tivemos a descodificação do genoma humano, onde podemos agora prever inúmeras doenças genéticas e começar o tratamento o quanto antes. Não obstante, os avanços da robótica são surpreendentes,  propiciam novos membros que substituem o membro amputado e funcionam quase que perfeitamente, se não fosse a dificuldade em reproduzir os movimentos sensíveis dos dedos. O pré-natal, que é feito durante a gestação, prevê doenças que podem afetar a mãe ou o bebê e inicia-se o tratamento o quanto antes.
Todavia, essa mesma tecnologia desenvolve toxinas alucinógenas mais fortes a cada ano que invadem os centros urbanos e rurais como um vírus que se alastra rapidamente. Novas armas de destruição em massa agridem o cotidiano de diversas nações. Mais jovens cultivando o próprio corpo utilizam da tecnologia para buscar uma vida “saudável” cheia de músculos, e algumas vezes se arrependem dos resultados obtidos por quase terem ido a óbito.

 
Se faz mister reconhecer o conforto e a qualidade de vida que a tecnologia vem nos  trazendo ao longo dos anos, porém, ao mesmo tempo que a tecnologia ajuda a construir um futuro duradouro para alguns, ela destrói o futuro para outros.
No século XXI a tecnologia é extremamente paradoxal à vida saudavel, é preciso que se faça um controle de como difundir os avanços tecnológicos no cotidiano, e é de extrema responsabilidade dos lideres politicos que não permitem o uso dessa tecnologia para diminuir a vida e sim, prolonga-la.

O Mito de Adão e Eva

              Impressiona-me o que nós conseguimos retirar de proveito de muitos mitos da antiguidade, acredito que muitos deles foram ...